A Doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 4 milhões de pessoas com Parkinson no mundo.
Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, esse número pode dobrar até 2040.
No Brasil, a expectativa de vida é de 75,5 anos, o que ressalta a importância de entender e prevenir as quedas em idosos com Parkinson.
Como o Parkinson Aumenta o Risco de Quedas em Idosos
A relação entre Parkinson e quedas é bastante significativa devido aos sintomas motores e não motores da doença.
Parkinson afeta o controle motor, resultando em tremores, rigidez muscular, bradicinesia (lentidão de movimentos) e problemas de equilíbrio.
Esses sintomas aumentam substancialmente o risco de quedas.
Além disso, a doença pode causar alterações na pressão arterial, resultando em tonturas e desmaios, contribuindo ainda mais para o risco de quedas.
Sinais de Alerta para Quedas em Pacientes com Parkinson
Identificar os sinais de alerta para quedas pode ajudar a tomar medidas preventivas antes que ocorra um acidente.
Alguns sinais de alerta incluem:
- Tremores e Rigidez: Tremores incontroláveis e rigidez muscular dificultam a mobilidade e a estabilidade.
- Dificuldade em Iniciar Movimentos: Pacientes com Parkinson muitas vezes têm dificuldades para iniciar movimentos, o que pode resultar em tropeços.
- Postura Curvada: A postura inclinada para frente pode deslocar o centro de gravidade, aumentando o risco de queda.
- Alterações na Marcha: Passos curtos, arrastados ou falta de balanço dos braços podem indicar risco aumentado de quedas.
- Tontura e Desmaios: Quedas repentinas de pressão arterial podem causar tontura ou desmaios.
Medidas Preventivas para Reduzir o Risco de Quedas
Prevenir quedas em pacientes com Parkinson envolve uma combinação de estratégias de cuidado e modificações ambientais. Algumas medidas preventivas incluem:
- Exercícios de Equilíbrio e Força: Participar de programas de fisioterapia que incluem exercícios de equilíbrio e força pode ajudar a melhorar a estabilidade e a coordenação.
- Uso de Dispositivos de Assistência: Andadores, bengalas e outros dispositivos de apoio podem fornecer estabilidade adicional.
- Monitoramento de Medicamentos: Ajustar os medicamentos pode ajudar a minimizar os efeitos colaterais que contribuem para quedas.
- Avaliações de Saúde Regulares: Realizar avaliações de saúde regulares para monitorar a progressão da doença e ajustar o plano de cuidado conforme necessário.
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A fisioterapia desempenha um papel crucial na gestão da Doença de Parkinson e na prevenção de quedas.
Fisioterapeutas podem criar programas de exercícios personalizados que focam em:
- Melhora da Mobilidade: Exercícios que aumentam a flexibilidade e a amplitude de movimento.
- Fortalecimento Muscular: Fortalecer os músculos das pernas e do tronco para melhorar o suporte e a estabilidade.
- Treinamento de Equilíbrio: Atividades que ajudam a melhorar o equilíbrio e a coordenação, reduzindo o risco de quedas.
Adaptações no Ambiente para Aumentar a Segurança
Modificar o ambiente doméstico para torná-lo mais seguro é essencial para prevenir quedas em idosos com Parkinson. Algumas sugestões incluem:
- Remover Obstáculos: Manter caminhos livres de desordem e remover tapetes soltos que possam causar tropeços.
- Instalar Barras de Apoio: Colocar barras de apoio em banheiros, corredores e escadas para fornecer suporte adicional.
- Melhorar a Iluminação: Garantir que todas as áreas da casa sejam bem iluminadas para evitar acidentes.
- Usar Móveis Estáveis: Escolher móveis que ofereçam suporte firme e não sejam propensos a se mover ou tombar facilmente.
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A Importância da Fisioterapia e Exercícios Específicos
A relação entre Parkinson e quedas em idosos é clara e preocupante, mas com as medidas preventivas adequadas, é possível reduzir significativamente o risco de quedas.
Identificar os sinais de alerta e tomar medidas proativas, como exercícios de equilíbrio e adaptações no ambiente, pode ajudar a garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes com Parkinson.
Entender e abordar esses desafios é essencial para melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem com a Doença de Parkinson.
VINICIUS VIEIRA MARTINS
Fisioterapeuta pela UFRJ
Mestre em Ciências Biológicas pela UFRJ
MBA em Gestão, Inovação e Serviços de Saúde pela PUCRS