Cuidados Paliativos em Idosos: Quando e Por Que São Necessários

Quando se fala em cuidados paliativos em idosos, muitas pessoas ainda associam essa prática exclusivamente ao fim da vida ou a doenças terminais. No entanto, essa abordagem vai muito além.

Ela envolve um cuidado contínuo, voltado para o alívio de sintomas, suporte emocional e promoção da qualidade de vida em diferentes fases de doenças crônicas ou degenerativas.

Por isso, é essencial ampliar a compreensão sobre o tema.

Neste artigo, o fisioterapeuta em oncologia Rodrigo Pena explica quando e por que os idosos precisam de cuidados paliativos e mostra como integrá-los ao tratamento, mesmo fora do contexto terminal.

O que são cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos em idosos consistem em uma abordagem multidisciplinar que visa aliviar sintomas físicos e emocionais, promovendo bem-estar e dignidade.

Além disso, seu objetivo é oferecer conforto e respeito aos desejos do paciente, enquanto também acolhe as necessidades da família.

Como explica Rodrigo Pena, essa abordagem não se limita ao fim da vida.

Ela pode ser aplicada em qualquer estágio de uma doença crônica, ajudando o idoso a manter sua autonomia, mesmo diante de limitações progressivas.

Quando os cuidados paliativos são recomendados para idosos?

Os cuidados paliativos são indicados em diferentes situações, e não apenas em fases terminais.

Por exemplo, os profissionais recomendam os cuidados paliativos quando o idoso enfrenta doenças crônicas progressivas, como Alzheimer ou insuficiência cardíaca, ou quando observa-se um declínio funcional acentuado que compromete sua qualidade de vida.

Mesmo que o idoso não esteja em fase terminal, essa abordagem é útil para proporcionar mais conforto, controlar sintomas e oferecer suporte emocional.

Dessa forma, é possível manter o paciente mais estável e com melhor qualidade de vida.

Cuidados além do fim de vida

Embora os cuidados paliativos sejam frequentemente associados à fase final da vida, é importante entender que eles têm um papel muito mais amplo. Eles ajudam no manejo de sintomas ao longo da doença, o que pode incluir dor, cansaço extremo, dificuldades respiratórias e alterações emocionais.

Além disso, esses cuidados oferecem apoio psicológico, social e até espiritual, respeitando a individualidade do idoso e suas necessidades em cada etapa do processo. Isso torna possível viver com mais conforto e sentido, mesmo diante de doenças crônicas complexas.

Quais dificuldades os idosos enfrentam além das doenças?

O envelhecimento traz uma série de desafios que vão além das condições clínicas. Entre eles estão a perda de autonomia, o isolamento social e a fragilidade emocional. Por isso, os cuidados paliativos em idosos não se concentram apenas na doença em si, mas sim na pessoa como um todo.

Rodrigo Pena destaca que essa abordagem é centrada no ser humano.

Trabalha-se para oferecer dignidade, segurança e apoio, enfrentando as limitações com empatia e acolhimento. Além de tratar sintomas físicos, é essencial reconhecer o sofrimento emocional que pode acompanhar o declínio funcional.

Declínio físico e emocional

Com o avanço da idade, muitos idosos enfrentam limitações físicas, como dificuldades para andar ou se alimentar, e também comprometimentos cognitivos. Esses fatores podem gerar frustração, ansiedade e até depressão.

Nesse contexto, os cuidados paliativos são fundamentais para reduzir o impacto dessas perdas.

Eles promovem uma abordagem integral, oferecendo suporte físico e emocional, tanto ao paciente quanto aos familiares. Assim, criam-se condições para que o idoso se sinta mais seguro, mesmo diante das limitações.

Como funciona o planejamento terapêutico nos cuidados paliativos?

A equipe de cuidados paliativos elabora um plano individualizado, levando em conta a realidade e os desejos do idoso. Para isso, conta-se com uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, entre outros.

O idoso e a família constroem esse planejamento junto à equipe de cuidados.

Assim, garante-se que as decisões sejam tomadas com respeito, clareza e empatia.

Além disso, o plano inclui estratégias para controle de sintomas como dor, falta de ar e ansiedade, sempre priorizando o conforto.

Controle de sintomas e suporte emocional

A equipe de saúde pode aliviar queixas comuns como dor, fadiga, náuseas e dificuldades respiratórias por meio de intervenções específicas.

A equipe de cuidados também cuida da saúde emocional.

Psicólogos ajudam o paciente e a família a lidar melhor com as incertezas, medos e desafios do processo de envelhecimento ou da evolução da doença. Dessa forma, o tratamento se torna mais humano e completo.

Cuidados paliativos e apoio à família

Os cuidados paliativos não se restringem ao paciente. A família também precisa de acolhimento, orientação e suporte emocional, já que o processo de cuidar pode ser intenso e desgastante.

Rodrigo Pena destaca que o envolvimento familiar é fundamental.

Quando a equipe oferece apoio aos cuidadores, eles se sentem mais preparados e confiantes para lidar com as demandas do dia a dia.

Por isso, oferecer esse suporte é parte essencial do cuidado.

Dignidade, conforto e qualidade de vida

Os cuidados paliativos em idosos têm um papel transformador. Eles vão além da medicina curativa, promovendo bem-estar, conforto e dignidade em todas as fases da vida. Seja em contextos de doenças crônicas ou terminais, essa abordagem contribui para que o idoso viva com mais autonomia, segurança e apoio.

Ao considerar os aspectos físicos, emocionais e sociais, os cuidados paliativos constroem uma rede de proteção e afeto. Com o acompanhamento profissional adequado, é possível garantir uma jornada mais leve tanto para o paciente quanto para seus familiares.

Como afirma Rodrigo Pena, cuidar com empatia e respeito é o que torna a vida mais significativa, mesmo diante dos desafios.

Leia também: De Moderado a Grave: A Queda que Mudou o Quadro de Alzheimer de Norma

Rodrigo Pena 

• Especialista em Fisioterapia em Oncologia – INCA/MS (2003)
• ⁠Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia UNISUAM (desde 2007)
• Ex-Oficial Temporário FAB – Fisioterapeuta Plantonista CTI – HFAG (2015-2023)
• Membro da CT de Cuidados Paliativos do CREFITO2-RJ (2019 em vigência)
• Ex-Membro da ANCP-RJ – Comissão Científica (2021-2023)
• Mestre em Ciências da Reabilitação – UNISUAM (2022)
• ⁠Especialista em Fisioterapia em Oncologia – ABFO (2023)
• Docente do Curso de Especialização Cuidados Paliativos – FCM-UERJ (2023)
• Especialista em Cuidados Paliativos – PALIATIVISTA pela FCM-UERJ (2024)
• ⁠Idealizador do *Curso de Capacitação FCP – Fisioterapia em Cuidados Paliativos
• ⁠@rodrigopenass

Avaliação do risco de queda

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Vinícius Vieira Martins
Fisioterapeuta, administrador e mestre em Ciências Biológicas (UFRJ). CEO da CHECKUP FISIO, mentor de carreira de fisioterapeutas e ex-supervisor do Hospital Copa Star. Especialista em gestão em saúde, inovação e desenvolvimento de modelos sustentáveis de atendimento fisioterapêutico.

Prof. Dr. Palmiro Torrieri Jr.
Fisioterapeuta (CREFITO 6919-F), Osteopata D.O. Honoris, Instrutor Internacional do Conceito Mulligan®, professor do IBO e consultor científico da CHECKUP FISIO. Com mais de 40 anos de experiência, é referência em avaliação funcional, prevenção de quedas e reabilitação musculoesquelética no Brasil e na América Latina.

Uma resposta

  1. Uma honra e uma oportunidade ímpar poder contribuir com a divulgação de informações que possam fazer a diferença no cuidado de alguém….
    “Sejamos pontes, nunca muros”

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