O risco de queda em idosos com Parkinson e Alzheimer é uma preocupação crescente, pois essas doenças neurológicas comprometem diretamente a mobilidade e o equilíbrio.
Essas condições afetam tanto as funções motoras quanto cognitivas, tornando os idosos mais vulneráveis a acidentes graves.
Para entender melhor como prevenir e tratar esses riscos, convidamos a fisioterapeuta e doutora em ciências da reabilitação Débora Lima, que nos oferece uma visão especializada sobre como essas condições influenciam o risco de quedas e quais estratégias podem ser adotadas para minimizar esse perigo.
Neste artigo, abordamos a relação entre essas doenças neurológicas e as quedas, os sinais de alerta que os familiares devem observar e o papel crucial da fisioterapia no tratamento e na prevenção.
A Relação Entre Doenças Neurológicas e o Aumento do Risco de Quedas
A doença de Parkinson afeta diretamente as funções motoras, causando tremores, rigidez muscular e lentidão dos movimentos.
Isso compromete o equilíbrio e a coordenação, aumentando a probabilidade de quedas.
Por outro lado, a doença de Alzheimer provoca alterações cognitivas significativas, como perda de memória e desorientação, que podem afetar a capacidade do idoso de perceber e avaliar os riscos ao seu redor, o que também eleva o risco de quedas.
Débora Lima, fisioterapeuta e doutora em ciências da reabilitação, explica:
“As doenças neurológicas como Parkinson e Alzheimer estão intimamente relacionadas ao aumento do risco de quedas em idosos devido a diversos fatores.
No caso do Parkinson, a patologia afeta as funções motoras, levando a tremores e rigidez durante a marcha, o que pode dificultar o equilíbrio e a coordenação motora.
Já o Alzheimer, com suas alterações cognitivas, pode afetar a percepção de risco e a capacidade de realizar tarefas básicas do dia a dia, aumentando o risco de quedas.”
Sinais Precoces de Risco de Quedas em Pacientes com Parkinson e Alzheimer
É importante observar os sinais precoces de risco de quedas em idosos com essas condições. Sinais como alterações cognitivas, problemas visuais e alterações motoras devem ser monitorados de perto.
“Alterações cognitivas, problemas visuais, sonolência causada por medicamentos e a perda de força muscular são alguns dos sinais de alerta. Esses fatores aumentam a vulnerabilidade dos idosos e o risco de quedas,” afirma Débora Lima.
A Importância da Fisioterapia na Prevenção e Tratamento
A fisioterapia desempenha um papel crucial na reabilitação de idosos com Parkinson e Alzheimer, ajudando a melhorar a mobilidade e o equilíbrio.
Exercícios específicos e técnicas de reabilitação ajudam a reduzir o risco de quedas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“A fisioterapia pode melhorar a mobilidade, a amplitude de movimento e ensinar estratégias para melhorar o equilíbrio e a estabilidade, o que é essencial em ambos os casos,” destaca Débora.
“O estímulo cognitivo também é extremamente importante, especialmente em pacientes com Alzheimer, pois auxilia na memória e nas funções executivas.”
Leia também: A Relação entre Parkinson e Quedas: Sinais de Alerta e Medidas Preventivas
Exercícios para Melhorar o Equilíbrio e Reduzir Quedas
Existem vários exercícios que podem ser recomendados para idosos com Parkinson e Alzheimer para melhorar o equilíbrio e reduzir o risco de quedas.
Entre os exercícios mais eficazes estão alongamentos para melhorar a flexibilidade, exercícios com bolas para controle muscular, passos laterais e Tai Chi – um exercício de baixo impacto que melhora a força e o equilíbrio.
“Esses exercícios devem ser realizados em ambientes seguros e com supervisão profissional para evitar quedas,” ressalta Débora Lima.
Adaptações no Ambiente Doméstico para Prevenir Quedas
Fazer adaptações no ambiente doméstico é essencial para garantir a segurança de idosos com doenças neurológicas.
A instalação de barras de apoio no banheiro, a remoção de obstáculos como mesas de centro e tapetes soltos, o uso de corrimãos nas escadas e a melhora da iluminação são medidas preventivas eficazes.
“É importante lembrar que as adaptações devem ser personalizadas para atender às necessidades individuais de cada paciente.
O uso de tapetes antiderrapantes e a acessibilidade de objetos pessoais são algumas das adaptações que podem ajudar a prevenir quedas,” afirma Débora.
O risco de queda em idosos com Parkinson e Alzheimer é uma preocupação real que exige medidas de prevenção e reabilitação eficazes.

A fisioterapia desempenha um papel fundamental na melhora do equilíbrio e na qualidade de vida desses pacientes, enquanto as adaptações no ambiente doméstico podem reduzir significativamente o risco de quedas.

Débora Lima
Fisioterapeuta, mestre e doutora em ciências da reabilitação.
Tem experiência com pacientes com Doença de Parkinson e outras patologias neurológicas.
É fisioterapeuta da Orquestra Maré do Amanhã.
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