A tontura em idosos é um sintoma comum, mas frequentemente negligenciado, que pode esconder problemas sérios como a labirintite ou a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB).
Ambos os distúrbios afetam o equilíbrio, mas com diferentes causas e tratamentos, e entender essa diferença é crucial para garantir o tratamento correto.
Este artigo explica as principais distinções entre labirintite e VPPB, como cada uma afeta o equilíbrio e a qualidade de vida dos idosos, e oferece dicas para prevenir quedas.
A Importância do Equilíbrio na Terceira Idade
O equilíbrio é essencial para a mobilidade e independência na terceira idade.
Manter um equilíbrio adequado permite que os idosos realizem suas atividades diárias com segurança. Contudo, o envelhecimento traz desafios como a perda de massa muscular, alterações vestibulares e doenças crônicas como osteoporose, que comprometem o equilíbrio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre de tontura, sendo mais prevalente entre mulheres devido a alterações hormonais.
Na terceira idade, a labirintite e a VPPB são causas comuns de tontura, levando a um aumento no risco de quedas.
Comparando Labirintite e VPPB
A labirintite é uma inflamação do labirinto, parte do ouvido interno que controla o equilíbrio e a audição.
Os sintomas incluem vertigem (falsa sensação de rotação), perda de equilíbrio, sensação de desmaio e até náusea.
A VPPB, por outro lado, é uma condição comum na terceira idade, causada por pequenos cristais de cálcio que se deslocam para o canal semicircular do ouvido interno, interferindo no equilíbrio.
Embora os sintomas de VPPB também incluam vertigem, a VPPB é frequentemente tratada com manobras de reposicionamento, como a manobra de Epley, enquanto a labirintite pode exigir tratamentos mais complexos.
Diferenciação Importante:
- Labirintite envolve uma inflamação mais profunda e contínua, muitas vezes associada a infecções.
- VPPB é um distúrbio mecânico do ouvido interno, mais fácil de tratar com reposicionamento. Muitos confundem a manobra de reposicionamento como um tratamento para labirintite, quando, na verdade, ela é eficaz para a VPPB.
Avaliação pelo Profissional de Saúde do Equilíbrio: Por Que é Essencial?
A avaliação por um profissional de saúde regular do equilíbrio é fundamental para idosos, especialmente aqueles que já apresentam sintomas de tontura.
Exames específicos como a otoneurológica podem identificar a gravidade da labirintite ou da VPPB, permitindo um plano de tratamento adequado.
A avaliação também é crucial para prevenir quedas, um dos principais riscos para idosos com tontura.
A perda de equilíbrio pode resultar em fraturas graves, como do fêmur, e complicações associadas.
Tratamentos e Prevenção da Labirintite e VPPB
O tratamento da labirintite varia de acordo com a causa, e pode incluir medicamentos para controlar a inflamação e sintomas, como vertigem e náusea.
Já a VPPB é tratada principalmente com manobras de reposicionamento, como a manobra de Epley, que ajuda a reposicionar os cristais deslocados no ouvido interno.
Além do tratamento, a prevenção é essencial para manter a qualidade de vida dos idosos.
A prática regular de exercícios físicos, como os indicados em nosso artigo 9 Passos para Melhorar o Equilíbrio e Prevenir Quedas em Idosos, e uma alimentação balanceada são fundamentais.
Também é importante estar atento à gestão de medicamentos, pois interações inadequadas podem agravar os sintomas de tontura.
Para mais informações sobre como evitar complicações relacionadas a medicamentos, confira nosso artigo sobre Gestão de Medicamentos: Conflitos na Administração Correta e Supervisão pelos Filhos.

A tontura em idosos, seja causada por labirintite ou VPPB, é um sintoma sério que deve ser monitorado de perto para prevenir quedas e complicações.
A distinção entre essas duas condições é essencial para garantir o tratamento correto e evitar confusões que podem comprometer a recuperação do idoso.
Ao buscar avaliação médica regular e adotar medidas preventivas, como exercícios e cuidados com a alimentação, é possível melhorar a qualidade de vida dos idosos e reduzir o risco de quedas.
VINICIUS VIEIRA MARTINS
Fisioterapeuta pela UFRJ
Mestre em Ciências Biológicas pela UFRJ
MBA em Gestão, Inovação e Serviços de Saúde pela PUCRS