Com a chegada das festas de fim de ano, é natural que os idosos participem de celebrações e façam brindes com champanhe ou outras bebidas alcoólicas.
No entanto, o consumo de álcool na terceira idade exige cuidados específicos para garantir a segurança e o bem-estar de quem está nessa fase da vida.
Segundo dados recentes, um terço das internações por consumo de álcool no Brasil envolve idosos.
Isso reforça a necessidade de atenção por parte da família e dos próprios idosos no momento de decidir se irão ou não consumir bebidas alcoólicas, especialmente em ocasiões festivas como o Ano Novo.
Neste artigo, explicamos os riscos do consumo de champanhe e bebidas alcoólicas para idosos, orientamos sobre como consumir com moderação e apresentamos alternativas seguras para celebrar sem preocupações.
O que o consumo de champanhe e bebidas alcoólicas representa para os idosos?
O consumo de bebidas alcoólicas na terceira idade representa riscos consideráveis à saúde.
Isso ocorre porque, com o envelhecimento, o organismo passa a metabolizar o álcool de forma mais lenta, o que aumenta sua concentração no sangue e prolonga seus efeitos.
Além disso, o sistema imunológico dos idosos torna-se mais frágil, tornando-os mais suscetíveis a infecções urinárias, respiratórias e outros problemas de saúde.
O álcool pode ainda causar efeitos colaterais como desidratação, tontura, quedas, perda de equilíbrio e interferência com medicamentos de uso contínuo, como remédios para hipertensão, diabetes e antidepressivos.
Por esse motivo, mesmo pequenas quantidades de champanhe e bebidas alcoólicas para idosos podem gerar efeitos adversos que não ocorreriam com pessoas mais jovens.
Por que champanhe e bebidas alcoólicas para idosos exigem atenção redobrada?
Com o passar dos anos, o corpo do idoso perde água corporal, massa muscular e capacidade hepática de metabolizar substâncias como o álcool.
Dessa forma, mesmo o consumo ocasional pode ter consequências significativas.
Além disso, muitos idosos fazem uso de medicamentos contínuos. A interação entre essas medicações e o álcool pode provocar efeitos colaterais graves, como aumento da pressão arterial, hipoglicemia, arritmias e sonolência excessiva.
Por outro lado, é importante lembrar que nem todo consumo é abusivo. O problema ocorre especialmente quando não há moderação ou quando o idoso desconhece os riscos associados a seu próprio estado de saúde.
Riscos do consumo abusivo de bebidas alcoólicas por idosos: dados recentes
Pesquisas revelam que o Brasil tem registrado um aumento preocupante de mortes de idosos por consumo Dados recentes apontam um crescimento preocupante de mortes entre idosos associadas ao consumo abusivo de álcool.
Segundo a CNN Brasil, idosos representam 33% das internações hospitalares por causas relacionadas ao álcool. Isso demonstra que, embora muitas vezes invisibilizado, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas na terceira idade é um problema de saúde pública.
Especialistas alertam que o uso frequente ou excessivo pode agravar doenças pré-existentes como hipertensão, doenças cardíacas, hepáticas e até quadros de demência.
Inclusive, esse tipo de consumo está ligado ao aumento de quedas domésticas, fraturas e internações prolongadas.
Portanto, durante as festas de fim de ano, quando o álcool costuma ser mais presente, o cuidado deve ser redobrado.
Como consumir champanhe e bebidas alcoólicas com segurança na terceira idade?
Embora o consumo de champanhe e bebidas alcoólicas para idosos não seja proibido, ele deve ser feito com cautela. A moderação é a palavra-chave para garantir uma celebração segura e sem imprevistos.
Veja algumas orientações importantes:
1- Consuma pequenas quantidades. Uma taça de champanhe é o suficiente para participar do brinde sem exageros
2- Evite ingerir álcool em jejum. Antes de beber, faça refeições leves e equilibradas para ajudar o corpo a processar melhor a bebida
3- Intercale com água. Beber água entre uma taça e outra contribui para manter o organismo hidratado e reduzir os efeitos do álcool
4- Atenção aos medicamentos. Converse com o médico antes de consumir qualquer bebida alcoólica, especialmente se houver uso de remédios contínuos
5- Priorize a saúde. Caso o idoso tenha histórico de doenças crônicas como diabetes, insuficiência renal ou hipertensão, o consumo de álcool deve ser evitado
Sendo assim, o segredo está em conhecer os próprios limites e tomar decisões informadas, sempre com o apoio da família ou cuidadores.
Alternativas saudáveis e seguras para celebrar o Ano Novo
Para aqueles que preferem evitar o álcool por completo, existem alternativas seguras e igualmente festivas:
- Sucos naturais espumantes: Bebidas como suco de uva gaseificado ou coquetéis sem álcool.
- Água saborizada com frutas frescas, como limão, laranja e hortelã.
- Chás gelados naturais: Refrescantes e nutritivos, ideais para climas quentes no Brasil.
Celebrar com saúde é sempre a melhor escolha.
O papel da família no cuidado com os idosos durante as festas
A família desempenha um papel fundamental em orientar e cuidar dos idosos durante o fim de ano.
Ao incluir alternativas saudáveis e promover conversas abertas sobre os riscos do álcool, é possível garantir celebrações mais seguras e felizes.
Além disso, é importante manter a hidratação dos idosos durante as festas, especialmente em dias quentes.

Priorize a saúde e o bem-estar
O consumo de champanhe e bebidas alcoólicas para idosos pode ser feito com segurança desde que seja moderado e respeite os limites individuais.
Compreender os riscos e promover hábitos saudáveis durante o Ano Novo é essencial para garantir a qualidade de vida dos idosos.
Para um envelhecimento saudável, confira também:
- Conflitos da Dieta dos Pais idosos: Como Garantir uma Alimentação Saudável
- Sinais de Desidratação em Idosos: Como Prevenir e Tratar Eficazmente
Promova a saúde e a felicidade no fim de ano – brindar pode ser seguro quando o cuidado vem em primeiro lugar!
Referências:
- CNN Brasil – Um terço das internações por consumo de álcool no Brasil são de idosos.
- BNews – Aumento de mortes de idosos devido ao consumo abusivo de álcool.
VINICIUS VIEIRA MARTINS
Fisioterapeuta pela UFRJ
Mestre em Ciências Biológicas pela UFRJ
MBA em Gestão, Inovação e Serviços de Saúde pela PUCRS