A queda em idosos é um dos eventos mais comuns e perigosos na terceira idade, podendo causar fraturas, internações e até perda da autonomia.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 28% a 35% das pessoas com 65 anos ou mais sofrem ao menos uma queda por ano. Ou seja, é um problema comum e recorrente.
No entanto, com cuidados simples e preventivos, muitos desses episódios podem ser evitados, promovendo mais segurança e bem-estar aos idosos e suas famílias.
Por que a queda em idosos é tão comum?
A queda em idosos é resultado de uma combinação de fatores físicos, sensoriais e ambientais.
O envelhecimento natural leva à perda de massa muscular, redução do equilíbrio, diminuição da visão e maior sensibilidade a efeitos colaterais de medicamentos.
Além disso, 84% das quedas ocorrem dentro de casa, segundo estudo da Fiocruz (2022), o que reforça a necessidade de adaptar o ambiente doméstico.
Consequências da queda em idosos podem ser graves
Em muitos casos, uma simples queda pode gerar impactos profundos.
O Ministério da Saúde aponta que 40% das internações por causas externas em idosos têm relação com quedas.
Entre as principais consequências, destacam-se:
Fraturas e hospitalizações
As fraturas de quadril são as mais comuns e podem levar à imobilidade prolongada.
Por exemplo, estudo publicado no Journal of Gerontology revela que 20% dos idosos que fraturam o quadril morrem em até um ano após o acidente.
Perda da autonomia
Mesmo quando a queda não resulta em ferimentos graves, ela pode gerar medo de cair novamente, o que faz com que o idoso reduza sua mobilidade e perca independência.
Como prevenir a queda em idosos com cuidados simples?
Felizmente, com ações práticas no cotidiano, é possível reduzir significativamente o risco de queda em idosos.
Pensando nisso, veja a seguir estratégias efetivas e fáceis de aplicar.
Adapte o ambiente doméstico
Mais da metade das quedas acontece em locais como banheiro, cozinha ou escadas.
Para tornar a casa mais segura:
- Instale barras de apoio no banheiro e corrimãos nas escadas;
- Utilize fitas antiderrapantes em tapetes e pisos escorregadios;
- Mantenha boa iluminação em todos os cômodos;
Organize fios soltos e móveis em locais de circulação.
Leia também: Faça hoje um checklist para tornar a sua casa mais segura!
Incentive a prática de exercícios físicos
O fortalecimento muscular e o treino de equilíbrio são essenciais.
O Programa Vivifrail, adotado em países da Europa, mostrou que idosos ativos reduziram em até 33% o risco de quedas.
Além disso, atividades como caminhada, pilates e fisioterapia funcional são ótimas alternativas.
Faça revisões médicas e ajuste medicações
A polifarmácia (uso de vários medicamentos) aumenta o risco de tonturas e quedas.
Portanto, revisar os remédios com um geriatra periodicamente é essencial.
A queda em idosos pode ser um sinal de que algo precisa ser ajustado.
Avalie a visão regularmente
Problemas de visão são responsáveis por 18% das quedas, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Dessa forma, manter os exames oftalmológicos em dia reduz esse risco.
Cuide da alimentação e hidratação
A deficiência de vitamina D e cálcio fragiliza os ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas.
Por fim, uma alimentação equilibrada e a hidratação adequada ajudam na saúde muscular e óssea.
A queda em idosos pode ser evitada com apoio familiar
O envolvimento da família é fundamental na prevenção da queda em idosos.
Pequenas atitudes no dia a dia, como acompanhar consultas, observar mudanças de comportamento e incentivar o autocuidado, fazem toda a diferença.
Afinal, mais do que evitar acidentes, o objetivo é proporcionar uma vida com mais qualidade e segurança para quem amamos.
A queda em idosos não deve ser tratada como um evento isolado ou inevitável.
Pelo contrário: com atenção a detalhes do ambiente, ao estado de saúde e à rotina do idoso, é possível reduzir muito a ocorrência dessas situações.
Em resumo, investir em prevenção é investir em qualidade de vida.

VINICIUS VIEIRA MARTINS
Fisioterapeuta pela UFRJ
Mestre em Ciências Biológicas pela UFRJ
MBA em Gestão, Inovação e Serviços de Saúde pela PUCRS