A prevenção de quedas e doenças crônicas se tornou uma prioridade de saúde pública no Brasil.
Afinal, com o aumento da longevidade, cuidar da saúde preventiva é mais necessário do que nunca.
Com o rápido envelhecimento da população, cresce também a preocupação com a segurança, o bem-estar e a autonomia dos idosos.
De acordo com dados recentes, mais de 32 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, o que, por sua vez, representa 15,8% da população.
Esse cenário exige atenção redobrada às estratégias de prevenção, tanto para reduzir acidentes quanto para controlar condições de saúde que impactam diretamente a qualidade de vida na terceira idade.
Nesse contexto, promover ações preventivas se torna uma responsabilidade coletiva.
O Envelhecimento da População e a Prevenção de Quedas e Doenças Crônicas
De acordo com o IBGE, até 2030 o Brasil terá mais idosos do que crianças.
Consequentemente, será cada vez mais urgente adaptar os serviços de saúde e infraestrutura urbana.
Esse envelhecimento populacional traz desafios significativos, como a alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e o aumento do número de quedas.
Apesar disso, muitas ações ainda estão voltadas apenas para o tratamento, enquanto a prevenção de quedas e doenças crônicas recebe pouca atenção.
Como resultado, há hospitalizações frequentes, perda de autonomia e custos elevados para o sistema de saúde.
Quedas em Idosos: Uma Consequência Evitável
As quedas representam uma das principais causas de internações e mortes entre idosos.
Segundo o Ministério da Saúde, os óbitos por quedas entre pessoas com 60 anos ou mais aumentaram 58,88% entre 2013 e 2023, passando de 8.775 para 13.942.
Além disso, as quedas acarretam fraturas, medo recorrente de cair e, muitas vezes, a institucionalização do idoso.
Portanto, as estratégias de prevenção precisam ser priorizadas.
Doenças Crônicas: Fatores de Risco para Quedas
Nesse sentido, é importante entender os fatores que agravam o risco.
Condições como diabetes, hipertensão, osteoporose e doenças cardiovasculares são comuns na velhice e todas estão associadas a um risco aumentado de queda em idosos.
A boa notícia é que essas doenças podem ser prevenidas ou controladas por meio de hábitos saudáveis:
- Alimentação balanceada;
- Prática de atividades físicas;
- Controle do estresse;
- Acompanhamento médico e adesão ao tratamento.
Além dessas práticas, a adesão ao tratamento médico é essencial para o controle das doenças.
Contudo, isso depende de acesso facilitado à saúde, educação em saúde e campanhas de conscientização permanentes.
Como Aplicar a Prevenção de Quedas e Doenças Crônicas no Dia a Dia
Mas afinal, como transformar essas recomendações em atitudes práticas no cotidiano?
Avaliações de Saúde Regulares
Consultas periódicas são importantes para monitorar visão, audição, equilíbrio e uso de medicamentos.
Inclusive, avaliações multidisciplinares podem antecipar riscos pouco percebidos.
Exercícios Físicos para Fortalecimento
Atividades com foco em força muscular, equilíbrio e flexibilidade reduzem drasticamente o risco de quedas.
Por isso, a regularidade dos exercícios deve ser incentivada.
Confira: Exercícios de fortalecimento que qualquer idoso pode fazer em casa
Adaptação do Ambiente Residencial
Além dos cuidados com o corpo, o ambiente também deve ser adaptado.
Ambientes seguros com barras de apoio, boa iluminação e pisos antiderrapantes fazem toda a diferença na
prevenção de quedas.
Confira como adaptar a casa para prevenir quedas em idosos
Educação e Apoio Familiar
Da mesma forma, a rede de apoio familiar é peça-chave na prevenção.
Cuidadores e familiares devem estar atentos aos riscos e envolvidos no processo de cuidado e prevenção.
Sociedade e Prevenção de Quedas e Doenças Crônicas
Falar sobre prevenção de quedas e doenças crônicas vai além do consultório médico.
É uma missão social.
Em outras palavras, é um compromisso que deve ser assumido por todos nós.
Por isso, é essencial criar políticas inclusivas, espaços públicos acessíveis e iniciativas que promovam o envelhecimento ativo e saudável.
Cuidar dos idosos hoje é garantir uma sociedade mais digna e funcional amanhã.
Leia também: Como Manter uma Vida Social Ativa na Terceira Idade?
VINICIUS VIEIRA MARTINS
Fisioterapeuta pela UFRJ
Mestre em Ciências Biológicas pela UFRJ
MBA em Gestão, Inovação e Serviços de Saúde pela PUCRS